terça-feira, 12 de janeiro de 2010
O Regresso (The homecoming)
Não é necessário definir a Vida, quando podemos olhar para ela. É o que faz Harold Pinter n’ O Regresso, através de um maravilhoso controlo de linguagem e gesto exagerados, que provocam um efeito de fluoroscópio. Pinter dá-nos constantes vislumbres de fúrias interiores, que a maior parte de nós prefere não reconhecer no dia-a-dia. Por alguma razão, estes vislumbres são, muitas vezes, hilariantes. Rimo-nos do chocante comportamento da família Cockney, porventura pela mesma razão que nos leva a rir das terríveis facécias que acontecem às personagens das farsas: porque lhes acontece a elas, e não a nós. Uma excelente obra dramática do século XX, convertida com grande sensibilidade e talento para o cinema, por Peter Hall. No capítulo interpretativo, destaque para os trabalhos de Paul Rogers e Iam Holm.
Realização: Peter Hall
Argumento: Harold Pinter
Interpretação: Paul Rogers, Ian Holm, Cyril Cusack, Michael Jayston, Vivien Merchant, Terence Rigby
Produção: Aly Landau | American Film Theatre
Género: Drama
País: UK | USA
Duração: 110’
Classificação: M/12
1973
(legendado em português)
Tó e Tuxa fazem parte da Companhia Crinabel Teatro há 20 anos. Carolina é muito mais nova e tem muitas ambições. Nelson passou o casting para protagonizar a próxima peça, a "Metamorfose", de Kafka. Os laços entre os membros desta companhia atípica são muito fortes: todos têm constrangimentos e fragilidades. Num ambiente de grande envolvimento, os ensaios começam.
Metamorfoses, uma obra de Bruno Cabral, aborda o quotidiano da Companhia Crinabel Teatro, instituição com duas décadas de existência. Assistimos à encenação do perturbante texto de Kafka por este colectivo, cujo elenco é constituído quase exclusivamente por pessoas portadoras de deficiência. Desde a exploração do texto até à festa depois da estreia, o filme abandona-nos à observação, espectadores das relações do grupo e da forma como se desafiam os limites individuais.
Metamorfoses mostra-nos as pessoas para além dos corpos. É um filme comovente mas não paternalista, com alguns momentos difíceis de esquecer.
Realização, Imagem, Som, Fotografia e Montagem: Bruno Cabral
Genérico e correcção de cor: Graça Castanheira
Misturas: Hugo Leitão
Produção: Bruno Cabral | FILMES DO TEJO
Género: Documentário
Duração: 48’
2007
(falado em português)
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Espectáculos
Pão
Dias 15 e 16 / 21h30
BAAL 17
“Pão” é um espectáculo criado pela Baal 17 a partir de recolhas realizadas em torno das histórias e memórias do pão, percorrendo e explorando dramaturgicamente os seus diferentes significados, envolvendo-o como “personagem”, numa viagem aos trabalhos da terra, ao homem, ao amor, à descoberta e à poesia.
Claramente inspirado pelo e no Alentejo e pelas suas profundas transformações, memórias e tradições, a Baal 17 pretende questionar o relacionamento entre o homem e o pão, despertar histórias, sentimentos e emoções através do teatro: “Pão” é amor e morte. Vida e a terra. Amor entre estranhos.
Criação colectiva
Encenação Marco Ferreira
Interpretação Aline Catarino, Filipe Seixas e Vânia Silva
Luz e Som Paulo Troncão
60 min. M/12
D. Quixote
Dia 17 / 17h
Teatro de Portalegre
O espectáculo D. Quixote, inspirado no romance de Miguel Cervantes, narra as aventuras e desventuras de D. Quixote de
D.Quixote, imbuído de um profundo sentido de justiça e de ideais de amor e cavalheirismo parte em defesa dos fracos e dos oprimidos numa viagem em que a loucura e a imaginação se misturam com a realidade.
Texto Miguel Cervantes
Encenação e Adaptação Dramatúrgica Susana Teixeira
Interpretação Ana Rodrigues, Adriano Bailadeira, José Soutino, Verónica Barata, Vítor Pires
Figurinos e Cenografia Sílvia Félix Trindade
Vídeo Cláudio Félix Trindade
Música original Paulo Félix
Desenho de luz Armando Mafra
Sonoplastia Hélio Pereira
45 min. M/ 6
Um Pedido de Casamento
Dia 22 / 21h30
Ideias do Levante
A peça (em um Acto), escrita pelo dramaturgo e escritor Anton Tchekhov (em 1889), é uma das comédias clássicas do teatro russo. Trata-se de um enredo simples à volta de um grande proprietário de terras e pai viúvo (Tchubukov) com o dilema de tentar casar a sua filha, já mulher (Natalia Stepanova) com o seu jovem vizinho e caçador (Ivan Lomov), que certo dia, resolve fazer-lhe uma visita, para pedir a mão de sua filha. A partir daí, surgem cenas hilariantes, transmitindo pequenas situações banais, que chegam mesmo a transformar-se em pequenas tragédias individuais.
Textos de Anton Tchekhov e António Peixoto
Encenação, Cenografia e Luz Rui Mimoso
Interpretação Isabel Costa, Fernando Guerreiro, Susana Campina, Priscilia Gomes, Maria João Fajardo, Ana Rita António e Hugo Costa
50 min. M/12
História duma Gaivota e do gato que a ensinou a Voar
Dia 23 / 21h30
Dia 24 / 17h
Art'Imagem
Uma gaivota, vítima da poluição de uma maré negra, confia o seu pequeno ovo a um gato, chamado Zorbas, pedindo-lhe para cumprir três promessas: não comer o ovo; cuidar dele até nascer a gaivotinha; e, por fim, ensiná-la a voar. Zorbas pede então ajuda a três amigos (Colonello, Sabetudo e Barlavento) para tentar levar a cabo a estranha missão de cuidar da gaivotinha. Depois de passarem por muitos perigos para cumprirem as duas primeiras promessas, eles têm que recorrer a alguém muito especial para os ajudar a cumprir a terceira (ensiná-la a voar!) mas, para isso, têm que quebrar o tabu dos gatos...
Texto Luís Sepúlveda
Tradução Pedro Tamen
Dramaturgia e encenaçãoPedro Carvalho e Valdemar Santos
Interpretação e manipulaçãoFlávio Hamilton, Pedro Carvalho, Teresa Alpendurada e Valdemar Santos
Concepção plástica e cartazSandra Neves
Música original Carlos Adolfo
Vídeo Paulo Martins
Desenho de luz Leunam Ordep
Operação técnica Ricardo Santos
Direcção de cena Carina Moutinho
80 min. M/ 4
Contratempos
Dia 29 / 21h30
Projecto Ruínas
Uma ida à ópera.
Dois casais à procura de emoções, quaisquer emoções.
A vida para ser engolida num segundo.
Comédia negra, sobre o vazio da existência contemporânea.
Contratempos é uma comédia negra sobre dois casais que se preparam para uma ida à ópera. Arranjam-se, conversam, brindam, divertem-se. A ópera pode esperar… Toma-se mais um copo, não há pressa.
Mais tarde, a ópera transformar-se-á em personagem: começará a minar o serão como por vingança, o drama virá com a música, estragará a festa e com ela virá a noite, a dor, e a morte.
Texto e Encenação Francisco Campos
Interpretação Carlos Marques, Francisco Campos, Joana Bárcia, Maila Dimas
Espaço Cénico Sara M. Graça
Figurinos Andreia Rocha
Desenho de Luz Marco Ferreira
Operação Técnica Ana Sêrro
Voz off António Costa
Design Gráfico Miguel Rocha
70 min. M/ 16
A Mosca
Dia 30 / 21h30
Associação Pom-Pom
Ela chama-se Pim e a música é um pretexto para nos contar a sua viagem.
Durante o percurso, ela canta, cresce, sonha, ri, fuma, discute, revolta-se, viaja, corre, recupera memórias, perde-se por um cowboy, bebe, embriaga-se, ri de novo, fica só, amarga-se, perde-se pelo mesmo homem, ou por outro igual ao primeiro, enternece, sorri, dança, ama, zanga-se e discute de novo, joga, fica só mais uma vez, corre, perde-se novamente, encontra-se, volta ao cowboy e regressa à vida.
Ele chama-se Cool e é cowboy. Entra e sai da vida dela quando lhe apetece ou dependendo das circunstâncias.
Um encontro mais que perfeito entre uma actriz enérgica, versátil e generosa, e um músico multifuncional, descontraído, também versátil e disponível.
Autoria Telma Saião e Ilda Teixeira
Encenação Ilda Teixeira
Interpretação Telma Saião e João Bastos
Direcção Musical João Bastos
Direcção e operação técnicaJoão Sofio
Figurinos Sara Machado da Graça
60 min. M/ 12
O Pincel Mágico
Dia 31 / 16h e 18h
Teatro do Mar
Um rapazinho encontra um pincel mágico na floresta. Quando começa a pintar, os seus desenhos ganham vida… dotado de tamanho poder, Ma-Liang começa a pintar os sonhos de todos, devolvendo a alegria a um país cinzento e dominado por um governante malvado.
O avaro e ambicioso Imperador, ao tomar conhecimento do rapaz e dos poderes do seu pincel mágico, encerra-o nas masmorras do palácio e obriga-o a pintar tesouros e riquezas… o reino fica triste e as pessoas mais pobres e sem esperança… fechado na prisão do malvado imperador, o rapazinho encontra uma maneira de devolver o sonho e a alegria ao seu país, libertando-se da maldade e da soberba através do poder da arte, da imaginação e da poesia…
A partir do conto tradicional chinês Ma-Liang
Adaptação e encenação Julieta Aurora Santos
Interpretação Luís João Mosteias, Sérgio Vieira
Cenografia e bonecos João Calvário
Edição e montagem de banda sonora Pedro Pereira
Figurinos Sandra Santos
Operação técnica Hugo Custódio, Carlos Campos
35 min. Todas as Idades
A Neve
Dia 5 e 6 / 21h30
Teatro das Beiras
“A Neve” é um espectáculo construído a partir de cinco contos de Vergílio Ferreira: “O Encontro”, “A Palavra Mágica”, “A Fonte”, “A Galinha” e “A Estrela”. São histórias que, interligadas, revelam um humor triste e alguma nostalgia em relação à condição humana. Memórias de um tempo, que não foi assim há tanto tempo, em que o coração dos homens era frio como a neve.
Os contos de Vergílio Ferreira traduzem e mostram a essência do povo português entre os anos 40 e 80. São 50 anos de prosa feita de amarga ternura lírica, uma certa visão quase irónica, quase desoladora feita de desalento pessimista, mas onde o homem solitário tende para o Homem Total, onde o eu particularíssimo se aproxima do Eu Universal. Aqui temos uma inclinação para descobrirmos a subtileza da alma portuguesa. Uma alma latina, saudosista, plena de surpresas.
Adaptação, dramaturgia e encenação José Carretas
Interpretação Fernando Landeira, Pedro Damião, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa, Sónia Botelho e Teresa Baguinho
Cenografia Nuno Lucena e José Carretas
Música Original Telmo Marques
Figurinos Margarida Wellenkamp
Desenho de Luz Joana Oliveira
75 min. M/ 6
Feito ao Lume
Dia 7 / 16h e 18h
Encerrado para Obras
“Como levar crianças e graúdos a comer a sopa com vontade”
Espectáculo de teatro com muito humor, canções e percussão, interpretado por dois actores/músicos.
Em “Feito ao lume” o público é convidado a entrar na cozinha de um restaurante, excepcionalmente gerido por 2 ajudantes de cozinheiro/clowns: Sebastião Pimenta e Ramón Comelón. Durante a ausência do chefe, os ajudantes terão de enfrentar sozinhos, um arrojado e perigoso desafio: confeccionar uma Sopa soberba que vença o concurso mundial das sopas terrestres! Esta dupla caricata irá transportar-nos para um mundo muito especial onde legumes e vegetais serão protagonistas de divertidas aventuras encantando-nos com as suas peripécias, canções e histórias.
Será oferecido um caderno culinário com a receita da sopa Marervilha. e outras actividades, que crianças e adultos poderão levar para casa.
Dramaturgia e Encenação Andreia Barão e Estela Lopes
Assistência de Dramaturgia e de Encenação David Cruz
Interpretação Andreia Barão e Estela Lopes
Música David Cruz
Figurinos Cristina Câmara Pestana
Adereços Cerci Penela
Desenho de Luz e Operação Técnica Sara Fernandes
Participação Especial Graça Santos
45 min. M/ 4